quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Direito a ter medo

Medo de crescer, medo do escuro da água da trovoada, todos os medos de qualquer criança, depois , medo por ter crescido e não ser capaz de  corresponder ao que os outros esperavam de mim.Passaram os anos, outros medos, o medo de amar, de sofrer por amar,e os medos não acabam, medo de casar de ser mãe, de ser capaz de o ser, de o saber ser, passaram esses medos, amei e fui mãe, um casalinho fui feliz vê-los crescer e constituirem familia afastou um pouco a sensação de medo,vieram os netos tesouro dos tesouros, e ai voltaram outros medos, passaram tantos anos num instante.E agora, agora tenho medo, medo de perder tudo o que ganhei, o amor, os filhos, os netos, toda a felicidade que a vida me deu, medo de não ter tempo para ter todos os medos de uma velhice feliz, amando e sendo amada. Afinal o medo é um direito adquirido que ninguém quer sentir.